ENERGIAS RENOVÁVEIS SÃO O FOCO DOS CHINESES NO CEARÁ:

O potencial para o desenvolvimento na área de energias renováveis é o principal atrativos para investimentos chineses no Ceará, especialmente aqueles voltados para os projetos de energia solar – tanto a geração quanto a produção de placas solares e células fotovoltaicas. A avaliação é do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, que palestrou ontem, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) sobre as oportunidades de negócio entre o Brasil e o país asiático.

FIEC recebe chineses.
“Eu conheço um grupo de investimento chinês, que é o maior fabricante de placas, conjuntos e células solares da China, que falou pra mim que se eu conseguisse encontrar uma demanda grande, ele vinha para cá, e queria participar de projetos daqui”, adiantou Tang. A parceria com as empresas chinesas no ramo de energias renováveis, acrescentou, é importante principalmente para as companhias nacionais que participam dos leilões de energia mas não possuem recursos suficientes para tocar os projetos.

Além desse segmento, as áreas automobilística e de petróleo e gás são outros grandes atrativos para os aportes chineses não só no Estado, mas em todo o País. O Governo do Estado tem negociado, inclusive, a instalação de duas empresas chinesas de petróleo e gás na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará).

Presença cearense:
Tang destacou, ainda, a articulação, junto ao governador Camilo Santana, para a instalação de um escritório com representantes do Ceará na sede da Câmara, na China, com o intuito de atrair investidores. “O Mato Grosso do Sul levou um escritório para Xangai e conseguiu um investimento de R$ 2 bilhões. Esse é o trabalho que a Câmara desempenha”, exemplificou.

O interesse dos chineses em investir no Brasil, explica o presidente da Câmara de Comércio, se dá pelos efeitos econômicos da crise que. “Esse momento é bom para investir porque teve a desvalorização da moeda brasileira e isso barateou muito os ativos das empresas. O País está muito necessitado de investimentos e, aparentemente, a China confia mais no Brasil do que os próprios brasileiros”, defende ele, acrescentando que a crise é causada por incertezas políticas.

Entre os investimentos que Tang tem negociado para o Brasil, ele cita um grupo de cinco chineses que está interessado em adquirir parte de uma hidrelétrica, além de outro grupo que pretende fazer aportes em dez indústrias de diferentes setores. “O Brasil reúne mais condições de ser uma potência econômica do que a China e o Japão tinham, só não tem a vontade de ser e a sabedoria de como ser”, avalia o presidente da Câmara.

Mercados:

Para o presidente da Câmara Temática de Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros (CT Exporta Ceará), Roberto Marinho, a parceria com os empresários asiáticos pode servir como ponte para alcançar outros mercados. “Eles têm uma experiência de relacionamento muito grande com a África, enquanto que nós temos dificuldades. Então abre-se um canal muito grande e que vale para energias renováveis, alimentos e outros produtos”, argumenta.


A pauta da próxima reunião da CT Exporta Ceará, adiantou Marinho, vai tratar das estratégias que o setor pode adotar para atrair empresários e parceiros chineses, adiantou Marinho. Após a palestra da Fiec, Charles Tang se encontrou com o governador Camilo Santana, no Palácio da Abolição, onde tratou de investimentos na ZPE Ceará.


Fonte: Diário do Nordeste
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